"Nós, os intérpretes de música antiga, somos os museus vivos da música"
Veio a Portugal receber um prémio que destaca o património cultural. E na música, ainda há muito a fazer na Europa por esse património específico?
Sim e por esta razão: é que acontece que parte importante do património musical está ainda dependente de iniciativas privadas para ser ouvido - isto porque as instituições privilegiam claramente o repertório que vem desde o tempo de Mozart até à atualidade.
Então o aparelho musical institucional está desatualizado?
Claro que sim! Veja Espanha: perpetuou-se a ideia, vinda da era romântica, de que a bitola de modernidade de uma cidade está em ter uma orquestra sinfónica e um teatro de ópera. Não se deram ainda conta, as entidades oficiais, de que no último século e meio se operou uma profunda revolução na nossa paisagem musical e na nossa relação com a música anterior ao classicismo. E este desfasamento arrisca provocar o esquecimento progressivo do repertório antigo - e penso sobretudo em Espanha, Portugal e Itália, entre os países latinos.
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